sexta-feira, 29 de novembro de 2013

NO ESTALEIRO


Desconheço se José Maria Costa sabe mais do que o que diz, mas convenhamos que algo terá de justificar que um político habitualmente responsável, moderado e cordato acuse Aguiar Branco de “incompetência na gestão”, considere o processo “um caso de polícia” e peça a sua análise por uma comissão parlamentar de inquérito. E também não deixo de notar pela negativa os incontáveis ziguezagues do ministro ao longo destes anos, o seu registo cínico de felicidade pelos 400 postos de trabalho criados (contra os 609 eliminados!), a estranheza de alguns números (a Martifer pagará uns míseros 415 mil euros anuais ao Estado pela subconcessão e este prepara-se para desembolsar 30 milhões em indemnizações aos trabalhadores) e, sobretudo, o inexplicável alheamento governativo em relação a um setor com tradição no País, potencialidades económicas por explorar e significativo peso na Região. 

Por tudo isto, e não dominando os detalhes do dossiê, duas coisas tenho por certas: por um lado, que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) têm vindo a sofrer de uma temporalmente continuada e aflitiva impreparação por parte dos seus principais encarregados de tutela e administração, numa madrasta conjunção de circunstâncias que já se estende por vários anos e abrangeu o consulado de diversos governos; por outro lado, que não irá ter verificação a hipótese avançada pela comissão de trabalhadores dos ENVC de que ainda iríamos deparar-nos com este ministro a presidir às Assembleias Gerais da “empresa beneficiada”...

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