Escrevo ainda com o espectro de uma larga abstenção
nas europeias de hoje. Sem grande sacrifício, pois a mesa de voto da António Sérgio
dista cem metros de casa, com os meus problemas de consciência ao rubro (abrir
espaço de intervenção a novos atores ou potenciar uma varridela da governação
atual em 2015), lá constatei a geriatria da minha mesa de voto, sensivelmente a
malta no início da vida que votou nas primeiras eleições democráticas.
Confesso que, já depois de ter votado e ao fazer
a minha declaração de IRS e simular o valor a liquidar em agosto ou setembro, o
sentimento de esmagamento do valor a pagar e a sensação de estar a contribuir
para um embuste do tamanho de uma montanha não são os sentimentos adequados
para um fim-de-tarde eleitoral.
E mais se me enraíza a ideia de, determinada que
esteja a despesa social incompressível e solidária, toda a alternativa de
governação deve ser pensada a partir do limiar de peso fiscal que é legítimo
impor a uma determinada sociedade.
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