A GRANTA é uma preciosidade. O fascínio do
folhear uma revista/livro que deve ler-se devagar, com uma boa bebida a
consolar-nos o palato e a alma. A sedução da estética do papel, o requinte do
lettering, o inesperado das ilustrações, a combinação poesia-prosa, o tema
abrangente, glosado por diferentes perspetivas e formas artísticas.
O nº3 centra-se no tema das casas (um tema
crucial para um caseiro inveterado como eu), sob a inspiração de Ruy Belo, e
tem vários motivos de contemplação e leitura para fazer passar o tempo, bem
devagar. Tem o regresso do meu poeta preferido, António Osório, eu que sou pouco
de poesia com uma profunda iliteracia nessa matéria. Mas também tem Alexandra
Lucas Coelho, Teresa Veiga, Hélia Correia, Theroux, Murakami, Ruy Belo, Mário
de Carvalho e outros.
E até a publicidade é preciosa: “Tivesse Ítaca
uma Padaria Portuguesa e Ulisses não demorava 10 anos a voltar para casa”.
Carlos Vaz Marques: “Celebremos
as casas: casulos de memória onde se guardam ilusões que o tempo desfez, gestos
que não se repetirão, fragmentos e ruínas do que fomos. Aquilo que somos.”
Sem comentários:
Enviar um comentário