segunda-feira, 26 de maio de 2014

GRANTA



A GRANTA é uma preciosidade. O fascínio do folhear uma revista/livro que deve ler-se devagar, com uma boa bebida a consolar-nos o palato e a alma. A sedução da estética do papel, o requinte do lettering, o inesperado das ilustrações, a combinação poesia-prosa, o tema abrangente, glosado por diferentes perspetivas e formas artísticas.
O nº3 centra-se no tema das casas (um tema crucial para um caseiro inveterado como eu), sob a inspiração de Ruy Belo, e tem vários motivos de contemplação e leitura para fazer passar o tempo, bem devagar. Tem o regresso do meu poeta preferido, António Osório, eu que sou pouco de poesia com uma profunda iliteracia nessa matéria. Mas também tem Alexandra Lucas Coelho, Teresa Veiga, Hélia Correia, Theroux, Murakami, Ruy Belo, Mário de Carvalho e outros.
E até a publicidade é preciosa: “Tivesse Ítaca uma Padaria Portuguesa e Ulisses não demorava 10 anos a voltar para casa”.
Carlos Vaz Marques: “Celebremos as casas: casulos de memória onde se guardam ilusões que o tempo desfez, gestos que não se repetirão, fragmentos e ruínas do que fomos. Aquilo que somos.”

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