segunda-feira, 26 de maio de 2014

E AGORA COMO É?



Os resultados eleitorais das “Europeias 2014” parecem claríssimos, quer no plano nacional quer no plano global. Coisa diversa serão as consequências a deles retirar em devida lógica ou que deles irão ser efetivamente retiradas pelos protagonistas políticos essenciais (sobretudo no interior do nosso PS e à escala comunitária).

Por cá (resultados provisórios no primeiro gráfico acima), perdeu largamente a política da austeridade que o governo de coligação conduziu de modo inapelável: mesmo com mais de 66% de abstenções, o facto de o PSD e o CDS juntos apenas terem obtido 27,7% dos votos expressos é absolutamente sintomático, tanto mais quanto a vitória magra do PS acontece em simultâneo com o reforço e a eleição de partidos críticos do austeritarismo (quase 25% dos votos recaíram na CDU, no Bloco de Esquerda e no MPT de Marinho e Pinto).

Por essa Europa fora (resultados estimados no segundo gráfico acima), o enorme crescimento dos partidos extremistas e antieuropeus significam uma expressiva e perigosa derrota da construção europeia que tem vindo a seguir o modelo dos diretórios sob comando alemão e, tendo de acabar por conduzir a uma maior convergência entre os grandes partidos pró-europeístas (PPE, S&D, ALDE, Greens), só poderá vir a revelar alguma eficácia se vier a ser acompanhada por mudanças significativas das prioridades da agenda política europeia.

Termino, por ora, com um curioso fait-divers: a esta hora ainda faltam apurar duas freguesias e está por conhecer se o PS vai eleger ou não o seu nono deputado, o conhecido parlamentar do “I’ll be back” que o inefável Carneiro da Federação Distrital do Porto tão aparoladamente quis patrocinar, ou se também vai prevalecer na política e no PS a terceira “maldição de Béla Guttmann”, na pessoa do fanático benfiquista que Manuel dos Santos tão orgulhosamente é! Porque parece mesmo que o homem “dá galo”: em 2004, era 13º da lista do PS e foram 12 os eleitos (entrou entretanto por motivos associados ao falecimento de Sousa Franco); em 2009, era 8º da lista do PS e foram eleitos 7; em 2014, é o 9º e será que vai mesmo voltar a ficar à porta?

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