A democracia tem o seu fascínio. Fui fiel à minha visão
do mundo e do país, votei PS, depois de alguma hesitação, confesso, mas estou
hoje de consciência tranquila, pois o meu dilema era contribuir para a eleição
do nono deputado. Ora talvez o fenómeno Marinho Pinto tenha resolvido o
problema.
O I’ll be back foi temporariamente substituído pelo
I won’t be back,
talvez temporariamente. Há sempre a hipótese de alguém da lista de 8 deputados
poder assumir um lugar na governação (e há seguramente casos óbvios dessa
possibilidade), pelo que o candidato a nono deputado e o seu patrono esperarão
essa possibilidade. Mas a tarefa será difícil e alguma maioria já aguça o
apetite para um eleitoralismo soft
que ajude a apagar as mágoas dos portugueses e a reduzir a diferença. Mas na
hipótese de uma governação PS outras oportunidades de poder se abrirão e talvez
a miragem do nono deputado seja substituída por outros apetites.
Quanto ao resto, antecipa-se para a vida interna do PS
muita adrenalina. Na minha interpretação, Seguro e Assis foram traídos não
pelas projeções, mas claramente pela necessidade de afirmar uma vitória, marcar
terreno, vincar a diferença. Na prática foram traídos pela sua inferioridade
intrínseca. Se a não tivessem internalizado, teriam a postura sensata de
celebrar vitória, reconhecer a reduzida diferença e afirmar vontade de
trabalhar para conquistar uma parte considerável dos votos à esquerda e de
protesto out of the system. Mas não,
optaram pelo triunfalismo e com isso cavaram ainda mais o afastamento em relação
aos votantes à sua esquerda.
Mas que lio.
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