A vinheta de hoje de Erlich
no El País anuncia-nos um panorama angustiante, cuja interpretação mais
rigorosa apontará para os custos devastadores que a salvação do sistema
financeiro espanhol e a bolha imobiliária provocaram na população espanhola
mais desfavorecida e mais dependente dos rendimentos do trabalho.
Ora, também eu ficaria angustiado com as projeções eleitorais em tempos de europeias. Apesar de todos os desvarios, telhados de vidro, erro de expectativas, crise catalã e outras agruras do governo PP, continua a manter 5 pontos percentuais de distância em relação ao PSOE, com este ainda em queda e a esquerda à esquerda do PSOE praticamente estagnada e não capitalizando a situação.
E se não bastasse, continuam
a emergir notícias e factos sobre o governo Zapatero que ajudam a compreender o
grande buraco em que o PSOE está mergulhado, com Rubalcaba incapaz de dar a
volta, Elena Valenciano pelejando em condições difíceis nas europeias e a
promessa Cármen Chacón algures nos Estados Unidos em sabática universitária.
Desta vez, César António Molina, ministro da Cultura de Zapatero vem com La Caza de los Intelectuales – la cultura bajo sospecha (Destino) revelar que o seu afastamento do ministério em 2009 foi-lhe explicado pelo então primeiro-ministro espanhol como
sendo atribuído ao facto de ser demasiado austero no exercício da função
ministerial e do governo procurar para o cargo uma jovem com glamour. O
socialismo de “última” (?) geração no seu melhor! Por isso, ventos destes podem
trazer derivas que não se recomendam.
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