As leituras ocasionais e de circunstância têm destas coisas! Foi realmente por força de uma coincidência que me chegou às mãos o número de abril do “Acção Socialista” e, como sempre faço com os materiais de leitura, não me fiz rogado em o ir folheando e lendo em diagonal.
Ora, um dos principais trabalhos publicados dizia respeito à resposta de alguns socialistas à tão glosada questão “Onde é que estava no 25 de Abril?”. E foi com inteiro espanto que por lá encontrei o seguinte parágrafo a respeito do eterno ex-presidente da Associação Académica de Coimbra de 1969: “O atual líder da bancada socialista na Assembleia da República estava no Porto a 25 de abril de 1974. ‘No dia anterior à hora do jantar, sou procurado por um amigo para me dar conta do golpe militar nessa madrugada. Deu-me o sinal, a senha e a hora da arrancada’. Pouco dado a frequências radiofónicas, Alberto Martins não ouviu ‘E depois do adeus’ nem ‘Grândola’ e deitou-se ‘com o desalento na alma’”.
O que pretenderiam os autores da peça, escrevendo num jornal que é órgão oficial do maior partido português? Evidenciar a falta de secretismo do “golpe militar”? Denunciar uma descrença em Martins? Valorizar este por ter amigos próximos do MFA? Diminui-lo por não ser muito dado a telefonias? Valham-nos Deus e a Virgem Santíssima!
Sem comentários:
Enviar um comentário