Francesco Saraceno, no Sparse Thoughts of a Gloomy European Economist (mas que raio de nome de
blogue), faz bem em recordar-nos para memória futura um dos grandes mistérios,
senão um grande embuste: em 2007, no pré crise ou Grande Recessão de 2007-2008,
só a Grécia apresentava, face aos critérios de Maastricht um problema de
política fiscal e de desgoverno de contas públicas. Até Portugal se encontrava
perfeitamente ancorado pelas balizas de Maastricht.
Quer isto significar que algo se terá passado entre
o momento em que tais valores são registados e o que documenta a subida
galopante da dívida. Alguém de bom senso acredita que tal inversão se deve
exclusivamente a fatores internos a essas economias?
Ora, apesar disso, o primado da crise fiscal é
apresentada como um dogma não discutível, como uma espécie de revelação divina
que se impõe à perceção dos crentes.
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