A criatura que em Belém nos representa mandou escrever hoje no seu Facebook um comentário bem elucidativo da sua infinita menoridade. No primeiro parágrafo – “O que mais me vem à memória, no dia de hoje, são as afirmações perentórias de agentes políticos, comentadores e analistas, nacionais e estrangeiros ainda há menos de seis meses, de que Portugal não conseguiria evitar um segundo resgate. O que dizem agora?” –, faz queixa contra incertos e a eles se atira como um vulgar líder laranja que nunca deixou de ser; esquecendo aliás os temores que então exibia à luz de um recurso aos mínimos de rigor analítico exigíveis a um professor doutor, esse mesmo que agora assobia às suas responsabilidades e chuta para canto.
No segundo parágrafo – “Neste tempo pré-eleitoral é apenas isto que respondo a todos aqueles que pedem a minha reação ao anúncio de ontem de que Portugal não recorrerá a qualquer programa cautelar, ao mesmo tempo que lhes recomendo a leitura integral – e não truncada – do prefácio que escrevi para Roteiros VIII, disponível na página oficial da Presidência da República na Internet.” –, puxa da bibliografia e cita-se pedantemente e sem qualquer vergonha.
Se não estivéssemos num país civicamente doente, talvez eu desse azar ao vaticinar aqui que a dita criatura e o seu amigo das Quintas-Feiras ainda irão pagar com língua de palmo o seu descomunal descaramento...
(Augusto Cid, http://sol.sapo.pt)
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