O Linkedin é como sabem uma rede social de
natureza profissional, mas que frequentemente acolhe alguns grupos de discussão
que vale a pena seguir, pois projetam a discussão para âmbitos e referências
comparativas de países que alargam consideravelmente o alcance da discussão.
No quadro do Horizon 2020, Official Framework Programme for Research
and Innovation Group, tenho participado num grupo de discussão
subordinado ao tema “Can Entrepreneurship be teached or it is a Talent to be
born with?”.
Na antologia inacabada sobre a teoria do
subdesenvolvimento da qual eu e o amigo Carlos Costa (hoje no Banco de
Portugal) publicámos apenas dois volumes, fomos mesmo assim pioneiros em
suscitar o tema do entrepreneurship
(empreendedorismo) como recurso crucial dos processos de desenvolvimento e
capaz de fazer a diferença entre diferentes processos com dotações
diferenciadas desse recurso. A literatura de então era bem mais rigorosa do que a abastardada vulgarização
do empreendedorismo de que aliás este governo é campeão e que todo o bicho careta
apresenta hoje como a solução mágica para tudo, nem que seja como Pacheco
Pereira por vezes denuncia a sua vulnerabilidade, vendendo pipocas ou compotas
gourmet biológicas, claro está.
Recordo-me que divulgámos nessa antologia autores
como David Mc Callum, psicólogo que explicava arduamente como o facto dos bebés
ir tardiamente à sanita ou ao pote, não abandonando a fralda, fazia a diferença
entre os níveis futuros de N-achievement
que está na raiz da vocação empreendedora.
Por todas estas razões e sobretudo para denunciar
o abastardamento do tema que algumas Business Schools realizam a matéria nunca
me saiu das preocupações.
Por hoje, fica a entrada da minha parte no debate,
com a minha interpretação do falso problema que é perguntar se o
empreendedorismo pode ser ensinado ou se é inato.
“The problem in my view is not whether
entrepreneurship can be taught. Of course it can be taught. The problem are the
results that we can achieve considering very different societal conditions
which influence or constrain the supply of entrepreneurship, that is to say the
emergence of entrepreneurship talents and capabilities in society. As far as
the Portuguese concrete situation is concerned, at least three societal
conditions strongly penalize the emergence of entrepreneurship capabilities.
First, education in families is a significant constraint. Young people is very
protected in general and badly prepared for assuming risks. The age of living
alone assuming risks is actually very high in Portuguese families, with the
marriage age also increasing a lot, principally as a result of the crisis and
of austerity policies in a context of a very high unemployment rate for young
people. Secondly, education at school (basic, secondary and higher education)
is very risk-averse, with a very weak presence of problem-solving learning
environments, with a promising exception in engineering high schools. Thirdly,
the lack of success is often understood as a disapproval and a sanction by the
society as a whole, not inviting to a trial by error search for success. Still
very recently, manufacture firms were the main factor of creation of new
entrepreneurs in Portugal, often with no added value in firms created
comparatively with the origin firms.”
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