sexta-feira, 16 de maio de 2014

NO LINKEDIN, O EMPREENDEDORISMO



O Linkedin é como sabem uma rede social de natureza profissional, mas que frequentemente acolhe alguns grupos de discussão que vale a pena seguir, pois projetam a discussão para âmbitos e referências comparativas de países que alargam consideravelmente o alcance da discussão.
No quadro do Horizon 2020, Official Framework Programme for Research and Innovation Group, tenho participado num grupo de discussão subordinado ao tema “Can Entrepreneurship be teached or it is a Talent to be born with?”.
Na antologia inacabada sobre a teoria do subdesenvolvimento da qual eu e o amigo Carlos Costa (hoje no Banco de Portugal) publicámos apenas dois volumes, fomos mesmo assim pioneiros em suscitar o tema do entrepreneurship (empreendedorismo) como recurso crucial dos processos de desenvolvimento e capaz de fazer a diferença entre diferentes processos com dotações diferenciadas desse recurso. A literatura de então era bem  mais rigorosa do que a abastardada vulgarização do empreendedorismo de que aliás este governo é campeão e que todo o bicho careta apresenta hoje como a solução mágica para tudo, nem que seja como Pacheco Pereira por vezes denuncia a sua vulnerabilidade, vendendo pipocas ou compotas gourmet biológicas, claro está.
Recordo-me que divulgámos nessa antologia autores como David Mc Callum, psicólogo que explicava arduamente como o facto dos bebés ir tardiamente à sanita ou ao pote, não abandonando a fralda, fazia a diferença entre os níveis futuros de N-achievement que está na raiz da vocação empreendedora.
Por todas estas razões e sobretudo para denunciar o abastardamento do tema que algumas Business Schools realizam a matéria nunca me saiu das preocupações.
Por hoje, fica a entrada da minha parte no debate, com a minha interpretação do falso problema que é perguntar se o empreendedorismo pode ser ensinado ou se é inato.


“The problem in my view is not whether entrepreneurship can be taught. Of course it can be taught. The problem are the results that we can achieve considering very different societal conditions which influence or constrain the supply of entrepreneurship, that is to say the emergence of entrepreneurship talents and capabilities in society. As far as the Portuguese concrete situation is concerned, at least three societal conditions strongly penalize the emergence of entrepreneurship capabilities. First, education in families is a significant constraint. Young people is very protected in general and badly prepared for assuming risks. The age of living alone assuming risks is actually very high in Portuguese families, with the marriage age also increasing a lot, principally as a result of the crisis and of austerity policies in a context of a very high unemployment rate for young people. Secondly, education at school (basic, secondary and higher education) is very risk-averse, with a very weak presence of problem-solving learning environments, with a promising exception in engineering high schools. Thirdly, the lack of success is often understood as a disapproval and a sanction by the society as a whole, not inviting to a trial by error search for success. Still very recently, manufacture firms were the main factor of creation of new entrepreneurs in Portugal, often with no added value in firms created comparatively with the origin firms.”

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