quarta-feira, 7 de maio de 2014

CHINAIS



O meu post de 29 de abril (“Mexidas competitivas em barda”) abordava à luz de um estudo do BCG, e entre vários outros aspetos, evidências de uma crescente perda de competitividade da China. Volto ao assunto hoje por duas razões parcialmente contraditórias.

A primeira tem a ver com as leituras grosseiras que alguma comunicação social vai fazendo sobre a quebra do dinamismo chinês no concerto mundial, uma matéria que deve ser lidada com bem maiores pinças do que isso – como decorre dos gráficos acima, há dias publicados no “Financial Times”, um indicando a antecipação para este ano do momento em que a China se vai tornar a maior potência económica do mundo e o outro, que serviu de apoio a um artigo de Martin Wolf, permitindo observar como rapidamente evoluiu a integração internacional (produtiva, comercial e financeira) da China desde a década de 80 do século passado .

A segunda vai num diferente comprimento de onda, mostrando sobretudo o modo como a ideia de uma China “sob pressão” se repercute em termos das exigências mais imediatas da gestão empresarial: dos baixos custos como fundamento do offshoring  que acompanhou a globalização ao surgimento de algumas hesitações sobre a sua durabilidade, conduzindo estas à defesa de algumas cautelas quanto a envolvimentos de longo prazo por parte das empresas, e à sua confirmação desde 2010, sugerindo estas estratégias de deslocalização para províncias do interior chinês e até a eventualidade de um reshoring.

É que, sendo um lugar comum a afirmação de que a realidade é complexa, nem sempre é inteligível quanto a justeza das leituras que se lhe dirigem é altamente função do local e dos objetivos da observação...

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