Que triste, pequenino e atrofiado é o debate político
num país em que a entrevista na sua televisão pública a um ex-primeiro ministro
domina por quase uma semana esse mesmo debate político, pelo menos na sua
dimensão mediática!
Sabíamos que José Pacheco Pereira era um dos críticos
mais consequentes e impiedosos da forma de fazer política de Sócrates. O seu
artigo no Público de hoje faz jus a essa dimensão sem paralelo no comentário
político-reflexivo em Portugal, desmontando sabiamente à direita e à esquerda
as razões para o êxito mediático não propriamente da entrevista mas dos seus
efeitos. Mas agora essa crítica tem um outro significado e alcance. Em pleno
apogeu do poder de Sócrates a crítica impiedosa de JPP poderia ter uma outra
conotação. Hoje, depois de JPP se ter transformado no mais contundente crítico
da anomia nacional em que a governação da atual maioria transformou o país, a sua
denúncia do sobre-efeito da entrevista adquire um outro significado. Vale a
pena ler.
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