sábado, 9 de março de 2013

UMA EUROPA QUE DESPENCA NO MUNDO QUE VEM


A consultora internacional PricewaterhouseCoopers (PwC) acaba de divulgar uma oportuna atualização do seu conhecido estudo de 2006 (“World in 2050”), no qual projetava o crescimento do PIB das 17 maiores economias do mundo até meados do século. A versão de 2013 (capa acima), mantendo a metodologia de cálculo baseada nas paridades de poder de compra (leia-se: ajustando as diferenças de níveis de preços existentes entre os países), passou a incluir um total acrescido de 24 economias mais representativas.
 
Três evidências surgem bem refletidas nas conclusões da PwC: (i) que a crise financeira global parece ter atingido mais duramente os países do chamado G7 (Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Itália) do que as economias emergentes; (ii) que tudo se conjuga para que estas economias venham a crescer mais rapidamente do que aquelas durante as próximas quatro décadas; (iii) que a dimensão do E7, i.e. de um conjunto selecionado de 7 grandes economias emergentes (China, Índia, Brasil, Rússia, Indonésia, México e Turquia), poderá exceder a do G7 até ao final desta década.
 
Sem prejuízo da inclusão complementar de chamadas de atenção para análises de tipo qualitativo – designadamente em matéria de avaliação dos riscos que possam vir a manifestar-se fazendo perigar o crescimento dos emergentes ou que possam vir a resultar como implicações deste sobre o ambiente e os recursos naturais à escala global –, o estudo (ver quadro abaixo, composto a partir de um trabalho do jornal espanhol “Expansión”) permite ainda sistematizar algumas curiosidades não negligenciáveis como as seguintes: (i) que, em 2050, a China será já distanciadamente a maior economia do mundo e que os Estados Unidos e a Índia ocuparão os restantes lugares do pódio, também largamente destacados da quarta classificada (Brasil); (ii) que, em 2050, e além dos BRICs ocupando as seis posições do topo, mais duas economias emergentes (México e Indonésia) terão ultrapassado o peso de todas as grandes economias europeias e outras duas (Turquia e Nigéria) estarão já à frente da Itália; (iii) que outras dinâmicas emergentes ficarão igualmente patentes, com destaque para os casos mais salientes do Vietname e, em menor medida, da África do Sul e Malásia.
 
Mais um de muitos retratos prospetivos de um mundo em acelerada mudança e em que sobressai, sobretudo visto daqui, o visível declínio da Região de que somos parte…

 

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