quarta-feira, 20 de março de 2013

COERENTE EMINÊNCIA


Mais uma indescritível e inqualificável prestação de Gaspar, ontem no Parlamento. Primeiro, dando eco à novel estratégia governamental em relação ao Memorando da Troika que in illo tempore tanto louvou (aliás muito bem acompanhado pela larguíssima maioria da elite que temos). Nem mais nem menos do que assim: “a forma como estava desenhado o programa impediu a concretização plena dos montantes de ajustamento orçamental que estavam previstos”; e assim querendo justificar a necessidade de “uma tomada de medidas de consolidação orçamental substancialmente superiores ao que estava previsto no programa de ajustamento”, até “para ancorar as expectativas que nos permitiram o regresso aos mercados de obrigações”. Em que ficamos?
 
 
Mas Gaspar foi ainda mais longe na sua lamentável aposta na menorização (ou no ensurdecimento?) de quem o ouve. Por um lado, declarou pomposamente que a decisão do Eurogrupo quanto ao resgate de Chipre foi unânime. Por outro, afirmou com a mesmíssima cara que “a preferência do Eurogrupo é por uma medida de contribuição sobre depósitos que não afete de todo os depósitos abaixo dos 100 mil euros” e que “a posição do Eurogrupo e a posição do ministro das Finanças português no Eurogrupo foi a de que considerações de estabilidade sistémica e de confiança aconselhavam que não fosse tocado qualquer depósito abaixo do limiar garantido”. É de mim ou a coisa não bate certo?

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