Mais uma indescritível e inqualificável
prestação de Gaspar, ontem no Parlamento. Primeiro, dando eco à novel
estratégia governamental em relação ao Memorando da Troika que in illo tempore tanto louvou (aliás
muito bem acompanhado pela larguíssima maioria da elite que temos). Nem mais
nem menos do que assim: “a forma como estava desenhado o programa impediu a concretização
plena dos montantes de ajustamento orçamental que estavam previstos”; e assim querendo
justificar a necessidade de “uma
tomada de medidas de consolidação orçamental substancialmente superiores ao que
estava previsto no programa de ajustamento”, até “para ancorar as expectativas
que nos permitiram o regresso aos mercados de obrigações”. Em que ficamos?
Mas Gaspar foi ainda mais longe na sua lamentável
aposta na menorização (ou no ensurdecimento?) de quem o ouve. Por um lado, declarou
pomposamente que a decisão do Eurogrupo quanto ao resgate de Chipre foi
unânime. Por outro, afirmou com a mesmíssima cara que “a preferência do Eurogrupo é por uma medida de
contribuição sobre depósitos que não afete de todo os depósitos abaixo dos 100
mil euros” e que “a posição do
Eurogrupo e a posição do ministro das Finanças português no Eurogrupo foi a de
que considerações de estabilidade sistémica e de confiança aconselhavam que não
fosse tocado qualquer depósito abaixo do limiar garantido”. É de mim ou a coisa
não bate certo?
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