Crescemos rodeados pela permanente
suspeição de uma relação umbilical entre guerra e interesses. Abundaram, sob as
mais diversas formas, as análises em torno do chamado “complexo
militar-industrial”. Depois, a coisa sofisticou e os interesses com ela.
Vejamos o caso da guerra do Iraque, uma
efeméride que agora comemora (?) uma década. Segundo uma estimativa do
“Financial Times”, a partir dos contratos celebrados pelo governo federal
americano (seguramente avaliados, tendo em conta a obscura teia empresarial
montada, num mínimo conservador de 138 mil milhões de dólares), o topten das empresas que mais ganharam
com essa maldita conflagração (72 mil milhões) é o revelado pela imagem abaixo
(“despojos de guerra”).
Em termos setoriais, ressalta claramente
a diversificação das atividades, com destaque para a segurança, a logística e
outros serviços de apoio ao aprovisionamento, a reconstrução e a indústria
petrolífera e para a ausência de qualquer produtor de armamento. Em termos mais
estritamente privados, sobressai a KBR (Kellogg Brown and Root), uma
ex-subsidiária da Halliburton que foi dirigida pelo vice-presidente de George W. Bush (Dick
Cheney), seguida a larga distância por duas companhias do Koweit.
Por fim, e ao que parece, o abandono
das tropas americanas em dezembro de 2011 não terá sido acompanhado de uma
equivalente retirada dessa miríade de interesses de oportunidade – serão ainda 14
mil os contraentes localmente remanescentes, incluindo 5500 guardas privados!
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