quarta-feira, 27 de março de 2013

DEZ ANOS DE INTERESSES

 
Crescemos rodeados pela permanente suspeição de uma relação umbilical entre guerra e interesses. Abundaram, sob as mais diversas formas, as análises em torno do chamado “complexo militar-industrial”. Depois, a coisa sofisticou e os interesses com ela.
 
Vejamos o caso da guerra do Iraque, uma efeméride que agora comemora (?) uma década. Segundo uma estimativa do “Financial Times”, a partir dos contratos celebrados pelo governo federal americano (seguramente avaliados, tendo em conta a obscura teia empresarial montada, num mínimo conservador de 138 mil milhões de dólares), o topten das empresas que mais ganharam com essa maldita conflagração (72 mil milhões) é o revelado pela imagem abaixo (“despojos de guerra”).
 
Em termos setoriais, ressalta claramente a diversificação das atividades, com destaque para a segurança, a logística e outros serviços de apoio ao aprovisionamento, a reconstrução e a indústria petrolífera e para a ausência de qualquer produtor de armamento. Em termos mais estritamente privados, sobressai a KBR (Kellogg Brown and Root), uma ex-subsidiária da Halliburton que foi dirigida pelo vice-presidente de George W. Bush (Dick Cheney), seguida a larga distância por duas companhias do Koweit.
 
Por fim, e ao que parece, o abandono das tropas americanas em dezembro de 2011 não terá sido acompanhado de uma equivalente retirada dessa miríade de interesses de oportunidade – serão ainda 14 mil os contraentes localmente remanescentes, incluindo 5500 guardas privados!
 

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