Bem podem os mais sensatos pregar os
seus lógicos “sermões”! Como é o caso do já aqui citado Paul De Grauwe, que em
artigo recente voltava a sustentar o seguinte: “A posição orçamental desejável
para a Zona Euro como um todo consiste em o Sul prosseguir a austeridade,
embora estendida por um período de tempo mais longo, enquanto o Norte se empenha
em algum estímulo orçamental por forma a contrariar as forças deflacionistas
provenientes do Sul. Os países do Norte têm capacidade para o fazer. A maioria
deles estabilizou os seus rácios de dívida em relação ao PIB. Em resultado,
eles podem permitir-se um défice orçamental e manterem ainda o seu rácio
constante. A Alemanha, em particular, podia ter um défice orçamental próximo de
3%, mantendo constante o seu rácio de dívida em relação ao PIB. Dada a dimensão
da Alemanha, tal permitiria um estímulo significativo à Zona Euro como um
todo.”
Pois a verdade é que, em vésperas da
Cimeira Europeia, a impiedosa dupla alemã (Wolfgang Schäuble e Philipp Rösler)
lá se organizou para vir enviar o seu “sinal forte para a Europa”. Sublinhando
que as finanças públicas alemãs são a “inveja do mundo”, que a Alemanha tem um papel central como garante da
estabilidade do Euro, que a estabilização do orçamento através do reforço da
competitividade é o ponto de partida de uma boa solução para a Europa e que orçamento
equilibrado e crescimento não são incompatíveis, as ditas criaturas anunciaram o
plano de cortes na despesa que irão levar a cabo em 2014 e o seu expectável
impacto em termos de antecipação por um ano de um esplendoroso e “histórico”
orçamento equilibrado. Null!
Sem comentários:
Enviar um comentário