terça-feira, 19 de março de 2013

“ALEMÓNICOS”


Bem podem os mais sensatos pregar os seus lógicos “sermões”! Como é o caso do já aqui citado Paul De Grauwe, que em artigo recente voltava a sustentar o seguinte: “A posição orçamental desejável para a Zona Euro como um todo consiste em o Sul prosseguir a austeridade, embora estendida por um período de tempo mais longo, enquanto o Norte se empenha em algum estímulo orçamental por forma a contrariar as forças deflacionistas provenientes do Sul. Os países do Norte têm capacidade para o fazer. A maioria deles estabilizou os seus rácios de dívida em relação ao PIB. Em resultado, eles podem permitir-se um défice orçamental e manterem ainda o seu rácio constante. A Alemanha, em particular, podia ter um défice orçamental próximo de 3%, mantendo constante o seu rácio de dívida em relação ao PIB. Dada a dimensão da Alemanha, tal permitiria um estímulo significativo à Zona Euro como um todo.”
 
Pois a verdade é que, em vésperas da Cimeira Europeia, a impiedosa dupla alemã (Wolfgang Schäuble e Philipp Rösler) lá se organizou para vir enviar o seu “sinal forte para a Europa”. Sublinhando que as finanças públicas alemãs são a “inveja do mundo”, que a Alemanha tem um papel central como garante da estabilidade do Euro, que a estabilização do orçamento através do reforço da competitividade é o ponto de partida de uma boa solução para a Europa e que orçamento equilibrado e crescimento não são incompatíveis, as ditas criaturas anunciaram o plano de cortes na despesa que irão levar a cabo em 2014 e o seu expectável impacto em termos de antecipação por um ano de um esplendoroso e “histórico” orçamento equilibrado. Null!

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