segunda-feira, 19 de outubro de 2015

AQUI HÁ GATO...


Muitas têm sido as virgens declaradamente ofendidas pelas insinuações de António Costa e de membros do PS acerca de uma surpresa desagradável que poderá estar ao virar da nossa esquina governativa no tocante ao estado das contas públicas nacionais. Não sei se sim nem se não, embora vá registando alguns sinais de alarme contra o regresso do discurso do oásis com que a coligação se apresentou a eleições; e vou ouvindo o PS queixar-se de falta da informação que devidamente solicitou ao Ministério das Finanças e, sobretudo, sei que a Comissão Europeia instou o governo em exercício a apresentar o projeto de orçamento que já deveria ter sido remetido para Bruxelas ao abrigo dos compromissos europeus vigentes. Junto mais duas notas adicionais nada irrelevantes: a primeira é que Portugal é o único país em falta no quadro da Zona Euro (nada mau para um governo que se diz cumpridor!) e a segunda é que convirá atentar nas palavras específicas com que a porta-voz da Comissão contrariou o argumento de Passos e Albuquerque para incumprirem (a frase-chave é “num cenário de políticas inalteradas”, já que só “a devido tempo” será exigível o “projeto de Orçamento do Estado completo do novo governo”). Ou seja: porque não mandaram nem mandam os nossos governantes o tal “projeto com políticas inalteradas” para Bruxelas? Convenhamos que não é irrazoável pensar o pior...

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