segunda-feira, 5 de outubro de 2015

LEGISLATIVAS 2015 (II)


Continuo a cingir-me ao mero registo, no caso acima das capas dos sete principais jornais diários nacionais. Sendo que “Vitória relativa”, “Estabilidade, até quando?” e “Solução de governo instável” são três boas sínteses do que resultou da consulta de ontem.

Mas há várias curiosidades a registar na decorrência dos ditos resultados. Assinalo-as telegraficamente em três pontos:

· desta vez, as sondagens não falharam mas as empresas especializadas e as suas clientes da comunicação social (com destaque para o matraquear diário da TVI e da RTP) foram elementos centrais na formatação da opinião pública para o sentido de voto desejado e parcialmente obtido;

· em termos de número absoluto de votos (primeiro gráfico abaixo), a direita perdeu 740 mil votos em relação a 2011 e mostra-se ao nível de 2005 (Santana Lopes), o PS está pouco acima de 2011 e claramente abaixo de 2002 e 2009, a CDU revela uma constância quase perfeita (eles são sempre aqueles quatrocentos e tal mil e não saem dali), o Bloco voltou aos 550 mil de 2009, os pequenos partidos já representam 370 mil votos e os brancos e nulos desceram para menos de 200 mil;

· em termos de percentagens de votos e mandatos obtidos (e correspondentes transferências), constata-se no segundo gráfico abaixo que os vencedores perderam para todos (muito especialmente para PS e Bloco) mas também, e mais relevantemente, que os escassos votos aparentemente recuperados pelo PS (4,4% e 174 mil eleitores) foram menos do que os por si perdidos para o Bloco (5% e 260 mil) e podem ainda ser confrontados com os desviados para pequenos partidos (2% e 123 mil).

E talvez já baste...


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