quarta-feira, 7 de outubro de 2015

PARA ONDE VAI O PS NO PORTO?


Volto às eleições, embora num registo diverso e algo localista. Começo por chamar a vossa atenção para o quadro acima, que reporta o número de deputados eleitos por força política em comparação aos que vinham de 2011. Sublinho os seguintes dados: a coligação de direita viu-se afastada de 25 mandatos, tendo 7 dessas perdas ocorrido no círculo de Lisboa e 4 no do Porto (44% das perdas nos dois maiores distritos do país); o PS conquistou 12 novos mandatos, sendo 4 em Lisboa (um terço) e outros 4 em Setúbal e Faro (outro terço, 2 em cada círculo) e mais 4 em Coimbra, Guarda, Açores e Madeira (o último terço, 1 em cada círculo). Neste quadro, o que aqui pretendo mais especificamente destacar é o facto de o distrito do Porto ter apresentado o pior resultado nacional para o PS ao não ter conseguido lograr nem um dos 4 mandatos perdidos pela coligação (3 fugiram para o Bloco e 1 para a CDU); o que só vem comprovar – se preciso fora! – a falta de qualidade do trabalho (?) que de há muito (não) vem sendo feito pelos responsáveis do partido no distrito (os diretos obviamente, que nunca cessaram de abrir os “novos horizontes” que a mensagem do afilhado Renato ilustra e que abaixo confraternizam em separado de Narciso e sob o aplauso/bênção do padrinho Orlando, mas também os indiretos – quer os que sempre evitaram “sujar as mãos”, preferindo optar por lugares, mordomias e responsabilidades nacionais, quer os peões que na sombra sempre serviram e se foram servindo).




Vem tudo isto a propósito – não só, mas certamente que também – das últimas declarações proferidas pelo atual líder distrital do PS. Eu sei bem que a criatura em causa estava a contar com um prémio chorudo em resultado dos seus esforços em nome do “segurismo”, mas convenhamos que Costa até lhe deu bem mais do que a mão – lá foi para o Comité das Regiões, acabou por chegar agora a deputado, foi o número 2 na lista do distrito, ficou sempre na mesa número 1 dos jantares e na primeira fila das ações de rua e até falou (malzote como lhe é apanágio, mas é o que se pode arranjar...) em quase todos os comícios de âmbito regional. Bem dizia o marquês de Maricá que “os soberbos são ordinariamente ingratos”...


Para memória e esclarecimento de eventuais dúvidas sobrantes, junto o gráfico seguinte com a recolha do número absoluto de votos obtidos pelo PS no distrito do Porto nas várias eleições já realizadas neste século XXI. Deixando ainda uma palavra de estima e esperança em relação àqueles das novas gerações que começam a conseguir ascender aos postos de responsabilidade partidária – se Tiago Barbosa Ribeiro e alguns dos seus principais acompanhantes romperem efetivamente com muitos dos conspurcados exemplos que os antecederam, e a sua esforçada campanha eleitoral aponta nesse sentido (não foi por eles que não houve mais PS em termos de mobilização de rua e argumentação programática!), talvez vejamos um dia o PS constituído numa força viva respeitada e credível de uma Cidade e de uma Região politicamente regeneradas...

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