Assim cognominou hoje Ricardo Araújo Pereira o nosso inefável presidente que, segundo ele, só tem um diagnóstico para Portugal (“isto está muito difícil”) e uma solução (“o consenso”). Sempre enchendo a boca de ditames constitucionais, o dito chefe de Estado lá concretizou a sua comunicação ao País em termos inteiramente previsíveis mas também ligeiramente desviantes em relação à tal Constituição que sempre insiste em dizer que o guia. De facto, não só lá vem escrito que ele deve começar por ouvir os partidos (o que ainda não fez) como que deve avaliar a situação decorrente das eleições (o que manifestamente não fez ao excluir a priori os partidos à esquerda da PS de qualquer caminho governativo, negocial ou minimamente participativo – e, afinal, sempre são uns significativos 994.757 votos expressos, num ato eleitoral em que se verificaram mais de 4 milhões de abstenções, quase 200 mil votos brancos e nulos e mais de 374 mil votos nos pequenos partidos). Cavaco acha-se, assim, no direito de só aceitar a escolha dos pouco mais de 3,8 milhões de portugueses que votaram PSD/CDS ou PS, o que equivale a apenas validar 40,38% dos cidadãos legitimamente inscritos para votar. Que falta de jeito! Valha-nos aquele reloginho digital que todos os dias consulto e que abaixo reproduzo para insuflar algum ânimo nos mais desalentados...
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