terça-feira, 20 de outubro de 2015

ÀS VEZES HÁ VIDA PARA ALÉM DO DÉFICE


(Emilio Giannelli, http://www.corriere.it)

Já que estou com a mão na massa das finanças públicas, aproveito para uma breve incursão sobre a atualidade na matéria da Europa do nosso descontentamento. Onde vigora nesta fase algo mais aberta, por alguns apontada como junckeriana, um regime de exigências discricionárias nada transparente e muito tributário de pesos específicos e contrapartidas prometidas/esperadas. Com a França/Hollande e a Itália/Renzi a explorarem até ao tutano a margem de manobra que lhes é conferida nesse à la carte, quer por motivos associados à sua significância dimensional quer como reflexo de uma conjuntura europeia em que a social-democracia dos grandes (Gabriel e Schulz, Hollande e Moscovici, Renzi e Pitella) é encarada pelas forças político-económicas dominantes como tendo de ser forçosamente mantida a bordo do compromisso que periclitantemente vai aguentando “o clube”. Enquanto isso, a Espanha de Rajoy vai gerindo com visíveis dificuldades as suas obrigações para com uma “tutela” que não lhe está a facilitar nada a vida em tempos de eleições à vista...


Quanto ao que verdadeiramente importa, e enquanto os comissários económico-financeiros de Juncker e os ministros da Zona Euro prosseguem o seu desgovernado entretém e o Banco Central Europeu de Draghi continua a funcionar como o único sustentáculo anticrise em atividade, tornam-se cada vez mais audíveis as vozes que de fora para dentro apelam a um recurso criterioso mas descomplexado à política orçamental como forma sobrante de se evitarem males irremediáveis...

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