terça-feira, 6 de outubro de 2015

ELES ESTÃO DE VOLTA...


Após um saboroso intermezzo, o fim das eleições legislativas nacionais trouxe-nos de volta aos ecrãs os nossos amigalhaços europeus do costume. Que Wolfgang Schäuble tenha vindo comentar o ato eleitoral português como “um encorajamento à política que tem sido seguida em Portugal”, tendo antes referido ainda que “isto mostra que uma política pode ter sucesso, e ser apoiada mesmo que imponha medidas duras à população”, não é de espantar vindo da boca de um “falcão” do austeritarismo e de um “poderoso chefão” da Europa alemã que nos dirige. Mas que seja um social-democrata (Jeroen Dijsselbloem), mesmo que holandês e presidente do Eurogrupo, a declarar-se satisfeito (“o governo português tomou algumas medidas muito duras e, nesse sentido, é uma boa notícia que um governo possa ainda ganhar eleições depois de tomar tais medidas quando necessárias”) e a insistir na inexistência de qualquer margem para alternativas de política económica (“a situação económica e financeira de Portugal não muda do dia para a noite por causa de eleições”), isso já tem mais que se lhe diga e mostra bem quão reduzido é o espaço de manobra do centro-esquerda na irreconhecível Europa em que vamos vivendo...

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