O jornal online “Observador” tem duas enormes vantagens e uma significativa lacuna. Esta é a do contraste entre a incipiência da maioria dos seus opinion makers (parciais a ponto de caricatos, sobranceiros a ponto de ridículos, limitados a ponto de infantis) e a qualidade das suas peças de fundo (como, sobretudo, os “Especiais” ou o “Explicador”). Aquelas são, primeiro, o facto de não ter nunca escondido ao que veio no plano do aprofundamento e fixação de um discurso ideológico liberal e conservador na sociedade portuguesa e, segundo, o facto de contar com alguns profissionais de primeira água, independentemente de certos enviesamentos primários que não deixam de evidenciar. Em tal quadro, sobressai a excelência do trabalho jornalístico de David Dinis.
Ontem, em fase final da campanha eleitoral mas ainda antes das últimas sondagens, o referido diretor executivo do jornal publicou uma interessante peça sobre os possíveis cenários pós-eleitorais, que distinguiu em oito e enriqueceu de seguida com diversas ordens de qualificações (aliás nem sempre inequivocamente coerentes). A todas as hipóteses atribuiu um grau de probabilidade e apenas quatro lhe mereceram uma nota alta – são precisamente essas que surgem sumariamente descritas na imagem acima, curiosamente todas elas desembocando em crise política de maior ou menor gravidade e extensão. E se já só faltam dois dias para o voto, ficamos sem saber quanto ainda faltarão para a “segunda volta” do próximo ano e que setor partidário não se precipitará na noite dominical e dias seguintes a ponto de comprometer a maioria absoluta que a um estará então destinada...
Sem comentários:
Enviar um comentário