Tinha o jornalista Paulo Ferreira (PF) em boa consideração pessoal e profissional. E isso, apesar de algumas guinadas estranhas durante a sua passagem pela RTP, não obstante insuscetíveis de me fazerem modificar a imagem positiva que dele fizera no “Público” e em alguns contactos de ordem mais pessoal. Mas a necessidade pode muito e o contágio a que ficou sujeito desde que chegou ao “Observador” também não ajuda, antes pelo contrário.
Pasmei perante o absurdo revelado pelo texto que ontem assinava no chamado “jornal de Carrapatoso”. Porque até para repetir e copiar são precisos mínimos. De eficácia argumentativa e às vezes até de inteligência. E não quero crer que José Manuel Fernandes e David Dinis se contentem em brilhar sozinhos, fazendo-se rodear da cegueira de fanáticos ultracondicionados ou de cristãos-novos deslumbrados.
Quero aqui deixar bem explícito que não estou a por em equação a substância da questão associada à eventual constituição de um governo do PS com apoio parlamentar garantido à esquerda – a ela me venho referindo e a ela me continuarei a referir em futuros posts. O que está em causa, isso sim – sobretudo porque sempre incomoda ter de conviver com argumentários confrangedores e reclamando que desçamos ao mais profundo da nossa condescendência, quase diria compaixão –, é o nonsense integral que começa a marcar o raciocínio (?) de PF. Será que o jovem ainda não entendeu que aquilo de que se trata é de alguma força política conseguir criar condições para obter na Assembleia da República um apoio (ou, pelo menos, uma não rejeição) para um programa de governo e um ou mais orçamentos de Estado?
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