quinta-feira, 22 de outubro de 2015

UMA NOVA INCARNAÇÃO DO GRANDE EDUCADOR?


Quem não recorda com certa saudade a imagem das paredes deste país ocupadas por repetidas referências laudatórias (a de “grande educador” terá sido a que mais ficou no ouvido de todos) a esta verdadeira figura lendária da vida pública nacional? Pois Arnaldo Matos (AM) está de volta e, segundo tudo parece indicar, terá até desempenhado um papel determinante na pena de suspensão por incompetência aplicada ao também mediático Garcia Pereira pelos órgãos próprios do partido de ambos, o inigualável PCTP/MRPP.


Os apaniguados mais atentos de AM já o tinham descoberto assinando os inconfundíveis editoriais do órgão partidário “Luta Popular”. O último tornou-se quase viral por via daquela deliciosa referência a que “isto é tudo um putedo” que consta do último, publicado a 11 do corrente e resumível na mensagem contida no parágrafo acima. Ainda assim sem menosprezo para com outras, de que me limito a reproduzir as seguintes cinco e impagáveis ilustrações:
· “o mentecapto presidente da república”, também apelidado de “o palonço que temos em Belém”;
· “ (...) julga poder passar estes cinco meses que lhe faltam para ir pentear macacos a inventar pretextos para impor ao país um governo de maioria absoluta, juntando na mesma cama Passos, Portas e Costa, o que, diga-se de passagem e sem réstia de homofobia, é pouca mulher para tanto homem”;
· “vejam, estimados leitores, as cabriolas e as cambalhotas de que são capazes os revisionistas, oportunistas e social-fascistas de Jerónimo e do PCP em menos de oito dias…”;
· “(...) implorando-lhes [‘prostrado de joelhos’ diante do ‘até agora reaccionário Costa’ e do ‘PS de direita’], pelas alminhas, que aceitem formar um governo do PS, com eles, revisionistas do PCP, e com elas, as meninas oportunistas do Bloco”;
· “(...) já que não se deve dar qualquer crédito ao partido que, num país de fome e de miséria, logrou eleger um deputado para representar, em São Bento, os hipocondríacos proprietários citadinos de gatos e de cachorros”.

Irá, tantos anos volvidos e tantos serviços prestados, a renovação do MRPP atingir o simpático advogado de causas laborais? Um dirigente que ainda tentou segurar-se através de duas palavras de ordem particularmente radicais que encheram as nossas rotundas mas ficaram notoriamente por cumprir: “morte aos traidores”, por um lado, e “fora o Euro!” (com o complemento de que “queremos o escudo novo!”), por outro. Será AM o senhor que se segue?


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