domingo, 9 de março de 2014

A QUEM POSSA ESCLARECER


Na passada quinta-feira, a REN comunicou à CMVM que o seu presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva, Rui Cartaxo (RC), apresentara a sua renúncia ao cargo. Sabe-se que será substituído por Rui Vilar até ao final do mandato (2014), o que é um dado positivo por si só; não obstante, a informação prestada é insuficiente para uma questão cujo principal melindre advém de estar associada à demissão do primeiro responsável de uma empresa de que tanto dependem os portugueses – por ter a seu cargo o monopólio da gestão da rede elétrica do país – e de uma empresa que foi objeto de um processo de privatização (hoje cotada e com deveres de comunicação ao mercado), o qual até também por isso mesmo foi muito contestado ao ter beneficiado os chineses da State Grid e uma sociedade controlada pelos árabes da Oman Oil.

Não deixando de ser estranho o abandono de RC a menos de um ano do final do mandato, fica muito naturalmente no ar uma interrogação: há razões para aquela demissão, que não estritamente pessoais? Problemas internos? De que natureza? Diferenças de perspetiva em relação aos acionistas chineses quanto à estratégia empresarial a prosseguir? Eventuais riscos de concretização do investimento necessário à continuada qualidade do serviço prestado e a prestar? O que opina e diz o regulador? Enfim, o assunto releva e pode atingir foros de enorme gravidade, pelo que vale bem o custo da tinta que se tenha de gastar para informar todos quantos, sobretudo cidadãos e consumidores, a tal têm direito...

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