domingo, 30 de março de 2014

O PROTO-TANGO DE MELINGO


Estou a chegar a casa após uma bela noite assistindo na Casa da Música à estreia do novo espetáculo de Daniel Melingo, centrado na apresentação em quinteto (“Los Ramones del Tango”) do seu novo disco “Lyniera” (segundo ele “uma homenagem aos vagabundos e idealistas”). 

Apesar das anteriores passagens de Melingo por Portugal, nunca tivera a oportunidade de ouvir ao vivo este músico porteño – de que tanto tinha apreciado os discos iniciais, “Santa MIlonga” e “Maldito Tango” – que tem qualquer coisa de Tom Waits e não disfarça uma notória assimilação da chanson française nem algumas influências do rock nas sucessivas metamorfoses do seu tango – sim, porque é a sua sensibilidade argentina que sempre acaba por predominar e que ele pretende mais que tudo explorar.

Ainda que tenha ficado claramente a preferir o som à coreografia de Melingo, o certo é que ele veio confirmar e reavivar os estados mais profundos da minha alma – assim como se a sua reincarnação atual não conseguisse fugir à revisitação de outras, felizes e planetariamente sulistas...

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