segunda-feira, 17 de março de 2014

EXTREMA-DIREITA À PORTA


Porque me começo a convencer que “esta gente” só tem emenda “à pantufada” – isto se tiver (?), ou seja, se conseguir ter a inteligência de se comparar com os seus predecessores e de não lhes repetir os erros cometidos até à derrota final –, acho que importa cada vez mais ir deitando os olhos para o que se vai passando lá para as bandas da extrema-direita europeia e para o modo como a mesma se vai insinuando junto dos cidadãos e apoderando do seu desencanto. Sendo talvez a França o “laboratório” mais esclarecedor e a sua Frente Nacional (FN), dirigida por uma Marine Le Pen bem mais competente e bem menos truculenta do que o seu velho pai fundador, a ilustração mais cabal de uma estratégia política tão estruturada quanto perigosa.

Segundo os resultados de um barómetro que a “Sofres” realiza há trinta anos, a FN já obtém um nível de adesão recorde para as ideias que diz defender (34% do total, mas ascendendo a 44% para os declarados simpatizantes da direita democrática reunida na UMP, contra 22% há uma década), já não é considerada como “um perigo para a democracia” pela maioria dos franceses (era-o para 70% deles há uma década) e já é mais encarada como uma “direita patriótica e agarrada aos valores tradicionais” do que como uma “extrema-direita nacionalista e xenófoba” pelos franceses (46% contra 43%, respetivamente).

E se descermos a um ainda maior detalhe – com recurso ao interessante gráfico do “Le Monde” que acima reproduzo – não poderemos deixar de experimentar fortes arrepios pela alargada consonância temática (32 das 34 palavras sugeridas) que parece estar a registar-se entre as prioridades dos franceses e a correspondente legitimidade por eles atribuída a Marine Le Pen...

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