O que revela o gráfico acima (que, no essencial, mostra a evolução registada pelos custos salariais de alguns países europeus durante o período posterior ao lançamento da moeda única) não é propriamente uma novidade de estalo, mas constitui uma daquelas evidências que sempre nos tem de levar a (re)abrir a boca de espanto.
Espanto quanto à avassaladora dimensão unilateral de uma componente essencial da política económica por parte dos alemães, a qual teve o seu reflexo mais gravoso no fosso de competitividade que se cravou entre a Alemanha (inicialmente debilitada pela reunificação e por uma paridade cambial sobreavaliada, mas rapidamente recomposta por via das reformas do mercado de trabalho levadas a cabo pelo governo de Schröder e de gigantescos esforços de produtividade) e a maioria dos restantes membros da Zona Euro. Espanto quanto à significativa diferenciação pós-crise entre as duplas Espanha/Portugal (austerizadas) e Itália/França (passando entre os pingos da chuva). Espanto, sobretudo, quanto à irresponsável cegueira com que a maioria de nós não viu (ou só viu demasiado tarde) a dominante virtual que ia envolvendo uma “construção europeia” cada vez mais distante da sua proclamada lógica de solidariedade e parceria, que a moeda única estava longe de recolher o consenso de uma abençoada conquista comum e que a fatura a pagar engordava de maneira irremediável...
Espanto quanto à avassaladora dimensão unilateral de uma componente essencial da política económica por parte dos alemães, a qual teve o seu reflexo mais gravoso no fosso de competitividade que se cravou entre a Alemanha (inicialmente debilitada pela reunificação e por uma paridade cambial sobreavaliada, mas rapidamente recomposta por via das reformas do mercado de trabalho levadas a cabo pelo governo de Schröder e de gigantescos esforços de produtividade) e a maioria dos restantes membros da Zona Euro. Espanto quanto à significativa diferenciação pós-crise entre as duplas Espanha/Portugal (austerizadas) e Itália/França (passando entre os pingos da chuva). Espanto, sobretudo, quanto à irresponsável cegueira com que a maioria de nós não viu (ou só viu demasiado tarde) a dominante virtual que ia envolvendo uma “construção europeia” cada vez mais distante da sua proclamada lógica de solidariedade e parceria, que a moeda única estava longe de recolher o consenso de uma abençoada conquista comum e que a fatura a pagar engordava de maneira irremediável...
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