sexta-feira, 7 de março de 2014

ARTE E CAPITAL


Uma interessantíssima reflexão, no “Le Monde”, sobre as transmutações da arte contemporânea, muito recentemente evoluindo de um valor-refúgio para um crescente objeto de especulação (com o apoio do gráfico acima - clicar para melhor visualização). E é o “dinheiro frio” – como alguém o designou à inglesa Georgina Adam, autora que tem no prelo a publicação de “Big Bucks: The Explosion of the Art Market in the 21stCentury” – que está a incendiar este mercado, espantosamente multiplicado por quinze no espaço de uma década. Deixo para os entendidos as múltiplas controvérsias associadas, seja no tocante à gradual transformação da arte contemporânea em mercadoria, quanto ao peso, significado e fisionomia dos “novos compradores” e colecionadores globais e à sua transumância (jet-set arty), em relação às tendências concentracionárias em curso (“muitos os chamados, poucos os eleitos”) e de preços médios dos grandes nomes e dos jovens artistas ou sobre aquela recente afirmação de Lipovetsky segundo a qual “o que carateriza a arte contemporânea já não é a transgressão mas o seu alinhamento com as realidades do mercado mundializado”; fico-me pela modesta constatação de um fenómeno merecedor de mais e melhor atenção...

Sem comentários:

Enviar um comentário