segunda-feira, 24 de março de 2014

MAIS PRIVAÇÃO E DESIGUALDADE



Enquanto a sempre eterna senadora Teodora se delicia com uma proposta (apresentada nas Jornadas Parlamentares do PSD no Cavaquistão), que a própria considera interessante de estudar, de um novo imposto sobre a despesa, baseado nos levantamentos de contas-poupança a que estariam obrigatoriamente associados os salários e as pensões (alguém já percebeu o que é que o Conselho de Finanças Públicas já concretizou de relevante? Esforcei-me mas não consegui!), vai sendo publicada informação estatística que vai desmontando a tese do “milagre económico do ajustamento” sem mácula.
Neste caso, o INE disponibilizou informação proveniente do inquérito europeu às condições de vida e de rendimento (EU-SILC), realizado em 2013 reportado ao rendimento do ano anterior.
A evidência dos números mostra entre outras coisas que:

  • A população em risco de pobreza mantém a tendência de aumento (18,7%);

  • A linha de pobreza relativa medida por 60% da mediana dos rendimentos monetários líquidos por adulto equivalente situa-se nos 409 euros mensais;

  • O risco de pobreza dos menores de 18 anos aumentou;

  • As transferências sociais (excluindo pensões) contribuem menos para a redução da pobreza;

  • A insuficiência de recursos entre a população em risco de pobreza (a chamada intensidade da pobreza) aumentou;

  • A privação material severa também aumentou;

  • Persistiu o aumento de desigualdade, sobretudo medido pelas quotas de rendimento dos mais ricos e dos mais pobres (sobretudo o coeficiente S90/S10);

  • Apenas melhorou ligeiramente o risco de pobreza dos mais idosos, sobretudo devido a carreiras contributivas mais longas de pensionistas e aos complementos solidários para idosos).

Cara Senadora Teodora não haverá uma palavra do Conselho de Finanças Públicas sobre esta matéria?

Sem comentários:

Enviar um comentário