sexta-feira, 7 de março de 2014

UMA ILHA DE ESTABILIDADE?



Mario Draghi deve querer brincar connosco quando esta semana designou a zona euro de “ilha de estabilidade”, fazendo-o a propósito do amortecimento dos impactos da crise ucraniana na economia deste espaço.
Simon Wren-Lewis, no Mainly Macro, dedica-lhe alguns tempos de ironia, sublinhando que se trata de uma ilha de estabilidade, mas presa essencialmente numa zona de estagnação, com desemprego praticamente estabilizado em torno dos 12%, a inflação claramente abaixo da meta desejada, o produto potencial com um desvio negativo de cerca de 4% e uma recuperação extremamente frágil.
E no meio da crítica aberta à pseudo estabilidade da zona euro (pelos vistos Draghi também aderiu ao despudorado branqueamento em curso do melhor dos mundos por estas bandas), via Simon-Wren Lewis temos acesso a um dos primeiros artigos sobre uma fileira de investigação crucial para demonstrar que o branqueamento vai nu: trata-se de uma investigação sobre a crise da saúde grega determinada pelo agudizar das políticas de austeridade, publicada pela Lancet. E vale a pena meditar sobre os efeitos assinaláveis da austeridade a todo o custo sobre as condições de saúde dos gregos. Os efeitos vão sendo conhecidos e não há branqueamento que os possa apagar. Para não dizer que não fomos avisados.

Sem comentários:

Enviar um comentário