sábado, 20 de abril de 2013

O RASANTE VOO LUSITANO


Gilbert Cette, diretor de estudos no Banque de France e professor em Aix-Marseille, esteve há dias numa conferência no Porto e por cá apresentou o interessante e muito elucidativo gráfico acima reproduzido.

A ideia é a seguinte: distinguindo três níveis de qualificação na estrutura da população em idade ativa (15-64 anos) de um conjunto de países da OCDE – inferior à educação secundária, educação secundária (incluindo incompleta) e educação superior (incluindo incompleta) –, as diferenças revelam-se muito significativas entre os países selecionados. Em quatro deles (Canadá, Japão, Estados Unidos e Noruega) o peso da educação superior varia entre 30 e 40%, situando-se abaixo de 20% em quatro outros (Grécia, Áustria, Itália e Portugal); inversamente, também em quatro países (Japão, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos) é escasso (abaixo de 20%) o peso dos níveis mais baixos de educação, enquanto em outros quatro (Grécia, Itália, Espanha e Portugal) tais níveis excedem os 40%.

De notar que Portugal é o caso claramente mais gravoso, isto é, aquele que se revela o pior em tudo e assim como que uma espécie de worst practice; a configuração do gráfico fala por si, mas vale a pena sintetizar: apenas 11% da nossa população em idade ativa tem qualificações de grau superior e a enormidade de 72% da nossa população em idade ativa apenas possui qualificações de grau inferior. É para coisas destas que se quer chamar a atenção quando se fala de uma economia e sociedade com sérios problemas estruturais…

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