Durão é presidente da Comissão Europeia, mas acumula com ser um menino bem comportado às ordens de chefes e superiores. Ou seja, não deixa de ter os seus momentos de fraqueza libertária, mas sabe cair em si e não tem qualquer rebuço em se retratar como lhe cumpre.
A história conta-se em poucas palavras. Ontem, num evento em Bruxelas, declarou com alguma pompa e encenação que o programa de austeridade europeu tinha atingido os seus limites de aceitação pública: “Apesar de esta política estar fundamentalmente correta, penso que alcançou os seus limites em muitos aspetos, porque uma política, para ser bem-sucedida, não pode ser apenas bem estruturada. Tem de ter um mínimo de apoio político e social”.
O que ainda quis reforçar nestes termos: “Do ponto de vista político e social, uma política que é vista apenas como austeridade não é obviamente sustentável. É por isso que precisamos de combinar a indispensável – e sublinho indispensável – correção dos desequilíbrios das finanças públicas (...) com medidas para o crescimento apropriadas, incluindo medidas de curto prazo para o crescimento, porque algumas dessas reformas exigem tempo para produzir efeitos.”
Os jornais europeus, e não foram quaisquer, deram nota desta posição do suposto líder da Comissão, chegando até alguns a interpretá-la como manifestação de um u-turn na austeridade (embora de dimensão não tão expressiva quanto hiperbolicamente indicia a imagem de capa do “Jornal i” de hoje, acima). Mas o certo é que, pelos vistos, a coisa irritou profundamente os alemães, como veio sublinhar o porta-voz parlamentar do partido de Merkel para as questões orçamentais. E, aflitíssimo, Durão logo mandou colocar no site oficial da Comissão um comunicado de imprensa com o seguinte título auto-justificativo: “Debate sobre austeridade e crescimento: O que o presidente Barroso realmente disse no ‘Think Tank Dialogue’ em Bruxelas”.
“Zero à esquerda”, chamou-lhe esta noite Constança Cunha e Sá. “Pau mandado”, chamam-lhe outros. Porque, se houve em Portugal quem embandeirasse em arco quando Durão foi designado, torna-se cada vez mais claro – that's pretty clear, thanks, referia hoje o “The Guardian” – que este nosso país “de costas direitas” e que “olha em frente” merecia um melhor embaixador. E a Europa um estadista!
A história conta-se em poucas palavras. Ontem, num evento em Bruxelas, declarou com alguma pompa e encenação que o programa de austeridade europeu tinha atingido os seus limites de aceitação pública: “Apesar de esta política estar fundamentalmente correta, penso que alcançou os seus limites em muitos aspetos, porque uma política, para ser bem-sucedida, não pode ser apenas bem estruturada. Tem de ter um mínimo de apoio político e social”.
O que ainda quis reforçar nestes termos: “Do ponto de vista político e social, uma política que é vista apenas como austeridade não é obviamente sustentável. É por isso que precisamos de combinar a indispensável – e sublinho indispensável – correção dos desequilíbrios das finanças públicas (...) com medidas para o crescimento apropriadas, incluindo medidas de curto prazo para o crescimento, porque algumas dessas reformas exigem tempo para produzir efeitos.”
Os jornais europeus, e não foram quaisquer, deram nota desta posição do suposto líder da Comissão, chegando até alguns a interpretá-la como manifestação de um u-turn na austeridade (embora de dimensão não tão expressiva quanto hiperbolicamente indicia a imagem de capa do “Jornal i” de hoje, acima). Mas o certo é que, pelos vistos, a coisa irritou profundamente os alemães, como veio sublinhar o porta-voz parlamentar do partido de Merkel para as questões orçamentais. E, aflitíssimo, Durão logo mandou colocar no site oficial da Comissão um comunicado de imprensa com o seguinte título auto-justificativo: “Debate sobre austeridade e crescimento: O que o presidente Barroso realmente disse no ‘Think Tank Dialogue’ em Bruxelas”.
“Zero à esquerda”, chamou-lhe esta noite Constança Cunha e Sá. “Pau mandado”, chamam-lhe outros. Porque, se houve em Portugal quem embandeirasse em arco quando Durão foi designado, torna-se cada vez mais claro – that's pretty clear, thanks, referia hoje o “The Guardian” – que este nosso país “de costas direitas” e que “olha em frente” merecia um melhor embaixador. E a Europa um estadista!
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