Isto de comentar à distância do teatro de operações,
sem “inside information” à Marques
Mendes ou à Professor Marcelo tem que se lhe diga. Erro de pontaria ou
simplesmente tiro atrasado para um alvo que já tinha passado. Ontem fazia aqui
referência à resistência estranha ou tenaz conforme as perspetivas de Miguel Relvas
do ponto de vista da sua permanência no governo. Ora hoje essa resistência quebrou
e parece ter ficado claro que já tinha quebrado há muito, o que não deixa de
refletir pelo menos uma resistência de pose que não está ao alcance de muitos. Mas
Relvas mesmo na queda procurou manter essa pose de Estado invocando falta de
capacidade anímica para o desempenho da função. A explicação de Relvas é
premonitória do que se passa no governo: decomposição anímica. Mas já o
Expresso do último fim de semana lançava as cartas: a Inspeção Geral da Educação
teria instruído um processo à atribuição da licenciatura que muito
provavelmente conduziria à sua anulação. Ora, o que teremos aqui não é só
decomposição anímica, é simplesmente decomposição pura e simples e bem
ilustrativa do arrivismo político que grassa por aí, neste caso das hostes
social-democratas, mas não exclusivo dessa fonte. Mas o que vai ser relevante
de apreciar será a trajetória profissional futura de Relvas. Na sua anterior
passagem pela governação, onde também ficou ligado a uma reorganização territorial
(o homem parece ser de ideias fixas) que foi depois inviabilizada, Relvas pontificou
pelas áreas da consultoria empresarial, de formação e não só. Veremos agora com
a subida da parada que teve nesta passagem pela governação a que domínios
aponta. Será que a viagem ao Brasil terá alguma influência nessa nova trajetória?
Veremos.
Quanto à decomposição governamental, começa a
ficar claro que só provavelmente o ministro Paulo Macedo ficará com uma imagem
de alguma consistência em domínio bem impopular.
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