Interpreto as nossas “preciosidades” em sentido lato, isto é, extravasando para domínios alheios ao nosso core e não se reportando exclusivamente a afirmações produzidas nos dias que correm mas também a algumas que, sendo anteriores no tempo, as vicissitudes do presente tornam justificável reavivar.
Vem tudo isto a propósito do desaparecimento, aos 92 anos, de um notável cidadão francês, resistente de guerra (onde foi gravemente ferido em 1944) e Prémio Nobel da Medicina em 1965 (atribuído a três investigadores do Instituto Pasteur graças a estudos sobre a genética e a regulação celular nas bactérias).
E a preciosidade provem da abertura do “discurso de receção” de Jacob na Academia Francesa (1997), onde passava então a ser um dos 40 “imortais”. Assim disse, misturando letras e ciências de forma só ao alcance de um homem superior: “Somos feitos de uma estranha mistura de ácidos nucleicos e de memórias, de sonhos e de proteínas, de células e de palavras. A vossa Companhia interessa-se, antes de tudo, pelas memórias, pelos sonhos e pelas palavras. Mostrais hoje que, por vezes, não desdenham acolher também um confrade mais preocupado com ácidos nucleicos e células.“
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