“O que melhoraria na democracia portuguesa?”, pergunta o “Público” de hoje a 55 personalidades. O cientista portuense e do mundo Manuel Sobrinho Simões respondeu assim: “Procuraria que Portugal não descolasse da Europa nem do euro. Apesar das limitações do regionalismo europeu vitimado pela cupidez do capitalismo financeiro e pela fragilidade das lideranças, não antevejo futuro para a nossa democracia fora desse espaço. Procuraria ajudar a evolução no sentido de um federalismo mitigado, com uma união bancária e federalismo fiscal. Apostaria na criação de uma área privilegiada de trocas comerciais com os EUA, Canadá, Austrália, etc. e procuraria atrair a Turquia e o Norte de África. Por cá, temos de acabar com as propostas publicitárias, avaliar e reforçar as instituições públicas e melhorar o funcionamento dos partidos em termos de representação e de participação. Não vai ser fácil porque somos uma sociedade de altíssimo contexto (primos, cunhados, organizações secretas e semissecretas, corporações) a sofrer os efeitos de uma partidocracia esclerosada com classes dirigentes cada vez menos capazes e exemplares. Para além de possíveis alterações formais (não sei o suficiente para opinar sobre a Constituição e o regime semipresidencialista), continua a ser fundamental apostar na educação – sem melhorar a literacia e numeracia dos cidadãos, não vamos lá – e prestar uma atenção redobrada à questão geracional.” Lúcido em Abril, como todos os meses…
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