Já aqui me referi várias vezes (veja-se, por exemplo, “O Dever da Verdade”, 2 março 2012) ao esquematismo simplista e arrogante com que Medina (ou Desatina?) Carreira explica o essencial do problema que aflige as economias ocidentais em ligação com a perda nelas generalizada do peso da indústria transformadora (o gráfico abaixo, extraído de um texto de Lane Kenworthy em obra coletiva do think-tank “Policy Network”, elucida bem a trajetória descendente dos últimos 30 anos).
A reportagem de capa da última “Time” alerta para uma outra dimensão do mesmo tema ao focar o regresso da indústria transformadora aos Estados Unidos (a celebrada “reindustrialização”…) e o facto de ele não se fazer acompanhar de um expectável incremento de empregos disponíveis. O que me levou à curiosidade de ir verificar o que nos diz a realidade europeia sobre a matéria (gráfico abaixo), tendo concluído que também não existe por cá uma qualquer correlação positiva visível entre o peso manufatureiro e a taxa de emprego total (comparem-se, p.e., a Alemanha com a Itália, na parte direita do gráfico, ou a Holanda com a Grécia na parte esquerda). Será que a tradição industrial já não é mesmo aquilo que era?
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