Confesso que não sou propenso a interpretações
cabalísticas e ao desenho antecipado de conspirações.
Mas este fim de semana com a cacofonia da dança
de candidaturas a lugares de estalo, não sei se resistirei à tentação do
pensamento cabalístico. José Luís Arnaut voa em direção à Goldman Sachs, essa
instituição “imaculada” do sistema financeiro. Gaspar, tal como mago que adorará
o seu amo, aponta ao FMI. Comissariáveis há vários. Entretanto, a relação entre
Governo e o sistema financeiro internacional está cada vez mais promíscua,
compreendendo-se por que razão as parcerias público-privadas não são
enquadradas segundo os mesmos princípios que determinam a sucessiva violação do
princípio da confiança nos compromissos contratuais assumidos pelo Estado. Esta
gente pelo menos é coerente: não gosta do País, ajudou a destrui-lo e procura
ganhar ums tostões no exterior. A cada um a sua diáspora.
Uma verdadeira canga.
Entretanto, parece que pegou a moda do lançamento
de grandes movimentos de reflexão na base do grau zero da qualidade dessa
reflexão que é proposta aos possíveis signatários e interessados. Dizem que sob
o patrocínio mais ou menos implícito de Rui Rio e apaniguados, Manuel Tavares e
Rui Nunes, filho do inenarrável Conceição Nunes e conhecido pela sua investigação
em bioética e ex-presidente do organismo regulador da saúde, lançaram um
movimento que aspira a cavar fundos nas hostes social-democratas e socialistas.
Ainda não consegui apreender um argumento que fosse, justificativo da tal
mudança de regime que os signatários tanto apregoam. Espanta-me que não tenham
ainda convidado o Alberto João das Madeiras, pois esse foi o primeiro que me
conste que, com a “finura” de raciocínio que o diferencia, a situar-se nessa
onda.
Mas que canga!
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