O anúncio da candidatura do ex-bastonário da Ordem dos Advogados ao Parlamento Europeu encabeçando a lista do Partido da Terra, assim como a sua subsequente entrevista ao “Jornal i”, contêm algo de estranho e quase inexplicavelmente incomodativo. Tanto mais quanto devo confessar a simpatia distante que fui adquirindo em relação ao dito – por entendíveis boas razões associadas à justeza e coragem de algumas declarações e denúncias com que ganhou notoriedade na sociedade portuguesa –, embora deva também reconhecer nele o menos bom de certos excessos de truculência e mediatização em algumas tomadas de posição que protagonizou.
Olhando agora as suas justificações para ingressar na política através das gordas da referida entrevista (ver acima), dificilmente poderei discordar ou contrariá-lo, da doença da democracia à degradação do parlamento e da corrupção pública à cretinice dos jotinhas. E no entanto uma candidatura pessoalizada à boleia de um partido sem ideologia ou prática, proclamando verdades fáceis desligadas de qualquer assunção programática e apresentando-se como um self made man dos sete costados...
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