Na sua crónica de domingo passado, no Financial Times, Mϋnchau retoma o estender da toalha de Hollande, em termos similares ao
que aqui antecipáramos há já alguns dias. Numa interpretação conspirativa que não
é a de Mϋnchau nem a nossa poderíamos dizer que o affair extra ligação principal do Presidente francês foi o que
melhor lhe poderia ter acontecido atendendo ao que praticamente aconteceu em simultâneo
com a revelação das escapadas noturnas. É que mesmo descontando o chauvinismo
francês que poderá ter ajudado a desenterrar Jean Baptiste-Say e a sua lei (falácia),
a sua invocação equivale a estender a toalha para quem, antes de aceder ao
poder, se apresentava como o inspirador de uma alternativa de governação económica
para a União Europeia e se apresenta como tal, irreverente nas suas
escapadelas, mas terrivelmente submisso para com os que ditam as regras de jogo
na macroeconomia europeia.
A sentença final de Mϋnchau é pesada e pairará
sobre as eleições europeias:
“Quanto à
Lei de Say aplica-se certamente a ela própria. É uma teoria económica que criou
a sua procura a partir de políticos defuntos. O que a sua invocação também nos
diz é que o debate político na zona euro está em grande medida terminado. Aqueles
que favoreceram um novo quadro de governação, que também chegou a incluir os
Franceses, perderam”.
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