A partir de Dublin, onde se deslocou para ser galardoado com o prémio
James Joyce, Krugman interroga-se sobre o pretenso sucesso do ajustamento
irlandês, analisando a evolução do PIB per capita em termos reais, para depois
dissertar sobre evidências impressivas da recessão ainda visíveis na imagem
urbana da cidade.
Acrescentámos ao exercício expedito de Krugman os
dados de Portugal, primeiro à paridade de poder de compra em percentagem da média
da UE a 28 países e depois calculando apenas o PIB per capita em termos reais.
A queda do PIB per capita irlandês é bem mais
pronunciada do que a portuguesa, mas em ambos os casos falar de ajustamento bem
sucedido é uma construção sem alicerces. No caso irlandês, ainda estamos a 17
pontos percentuais da posição que o país tinha em relação à União Europeia. Mas,
claro, todo o discurso do sucesso do ajustamento foi construído em função da saída
do resgate financeiro, sem atender aos efeitos concretos desse mesmo resgate. Pura
ocultação de informação e de perspetiva.
Sem comentários:
Enviar um comentário