(Sciammarella, El País)
Claudio Abbado deixou-nos após uma longa luta
contra a doença. Certamente que ficam os seus discos, que me fizeram companhia
durante tantas tardes, em casa, primeiro nas salas-escritório por onde fui
passando, à medida que a casa se transforma, e agora no meu salão confortável. Tantas
vezes ouvi os Concertos para Piano de Beethoven, com a minha devoção Martha Arguerich
e a Mahler Chamber Orchestra. Ou a química que se desprendia das suas prestações
com a cada vez menos nossa Maria João Pires, com a Orquestra Mozart nos
Concertos para Piano nº 27 e 20. Ou ainda a Nona de Schubert com a Chamber
Orchestra of Europe à qual retorno sempre que me apetece ouvir algo que me
transcenda.
Mas o seu desaparecimento mostra-me que não o
consegui ver ao vivo, nem no Porto, nem em Lisboa e que nunca se consumou o vago
projeto de ir a Lucerna ao Festival de Verão onde desenvolveu um dos seus últimos projetos e do qual
ficou um vídeo espantoso que vejo por vezes em Seixas.
Pura nostalgia.
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