sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

FIDELIDADE CHINESA


Foi decidida pelo Governo a venda por mil milhões de euros a um grupo chinês (Fosun International Limited) de uma percentagem de 80% de um ativo (incluindo as companhias Fidelidade, Multicare e Cares, vulgo Caixa Seguros) detentor de cerca de um terço do mercado segurador português.

Nenhum argumento pode escamotear o péssimo desta decisão. Nem o Memorando da Troika, que já tinha sido satisfatoriamente cumprido nesta matéria. Nem o valor, manifestamente baixo por muito que tenha resultado da maior oferta. Nem a parceria estratégica, que não colhe na medida em que o grupo em causa é largamente inexperiente na área seguradora. Nem a solidez financeira dos escolhidos, que parece duvidosa e em crescente risco de derrapagem. Nem a focagem da CGD no seu negócio, quer porque a atividade seguradora é parte integrante do setor financeiro quer pela inexplicável perda de valor do banco público que assim se verifica. Nem a deriva pró-chinesa, por muito que se prezem as origens maoístas de alguns responsáveis ou se tenha a esperança de benesses simpáticas por parte dos militantes comunistas convertidos em capitalistas de Estado.

(Miguel Villalba Sánchez, Elchicotriste, http://www.cartoonmovement.com)

Prossegue assim a venda do património nacional, em condições escassamente transparentes e a pataco, pela mão de uma gente que mais não equivale do que a uma obediente e pseudoideológica associação de sargentos ao serviço de um exército que apenas lhe subcontratou o trabalho mais sujo...

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