Prosseguem as insuportáveis homilias de Durão na sua qualidade de primeiro sacerdote (?) da Comissão Europeia. Um homem que ficará na pequena história da Europa como alguém rigorosamente capaz de tudo para permanecer à tona e constar da fotografia de cada momento. Que quando não veio ameaçar veio louvar-se a si próprio e à “sua” obra, promovendo-se a arauto das melhores “boas novas” que esforçadamente ia conseguindo perscrutar em cada ocasião. O seu discurso de Atenas, na abertura da Presidência Grega da União, não fugiu à regra e lá o tivemos novamente a declarar-se vitorioso. Assim:
“Como disse exatamente há um ano, 2013 seria, como foi, o ano em que a economia europeia começou a virar a esquina. E foi, de facto, o ano de uma mudança nas perceções e expectativas em relação à economia europeia. Não esqueçamos que ainda há não muito tempo se faziam especulações sobre a saída da Grécia do Euro, sobre a implosão do Euro e também sobre a implosão da União Europeia.
Portanto, o próprio facto de estarmos aqui em Atenas hoje a celebrar o início da presidência grega – de um membro de parte inteira da União Europeia e de um membro de parte inteira da Zona Euro – é uma prova clara de que esses vaticínios estavam errados. E de que a Grécia foi capaz de fazer esforços notáveis – nomeadamente o povo grego – e de que a economia da Zona Euro mostrou a sua resiliência e de que, basicamente, estamos no caminho certo.
Eu disse, precisamente há um ano, que a crise existencial do Euro ficaria para trás, e acredito que esse é agora o caso. Estamos, genericamente falando, a emergir da recessão e espero que este ano a Grécia sairá da recessão.”
E Draghi lá teve de vir a terreiro, reagindo alto e bom som no óbvio sentido de que “é demasiado cedo para declarar o fim da crise”. A boa notícia é que já faltam poucos meses para nos vermos livres deste autêntico estropiço!
Sem comentários:
Enviar um comentário