domingo, 5 de janeiro de 2014

RETOMA E MERCADO DE TRABALHO



A evolução do peso da população empregada na população total ou na população ativa é frequentemente utilizada pelos economistas para observar o comportamento do mercado de trabalho, numa perspetiva complementar com a evolução da taxa de desemprego. E, o que é muito frequente entre os economistas americanos, o rácio acima mencionado é calculado para o escalão etário intermédio dos 25 aos 54 anos, que permite abstrair da evolução das taxas de escolarização (que tem de ser atendida se integrarmos o escalão dos 15 aos 24 anos) e das questões de reformas antecipadas (que contam se contarmos com o escalão dos 55 aos 64 anos). O comportamento do rácio permite observar se o mercado de trabalho recuperou a sua capacidade de absorção revelada antes de fenómenos de crise recessiva ou se pelo contrário há fatores estruturais a perturbar essa capacidade de absorção.
Trabalhámos nesse sentido a informação das Estatísticas Trimestrais de Emprego de 2007 ao período mais recente (3º trimestre de 2013). Como o INE não publica informação para o escalão dos 45 aos 54 anos, decidimos alargar o rácio ao escalão dos 15 aos 64 anos, ficando assim prevenidos que os extremos do escalão (jovens e idosos) obrigam a algumas cautelas, sobretudo do ponto de vista de integração do fenómeno das reformas antecipadas que a sanha austeritária do governo tem vindo a acirrar.
O gráfico que abre este post e o seguinte analisam o comportamento desde 2007 do peso da população empregada com 15 a 64 anos na população correspondente desse escalão etário e na população ativa para o mesmo escalão. 


Os resultados falam por si para os dois rácios, com comportamento descendente mais pronunciado para o caso da população ativa. De qualquer modo, a inversão da queda observada ao longo do ano de 2013 está ainda muito longe de atingir os valores dos respetivos rácios em 2007. O seu futuro comportamento dirá do teor efetivo de retoma que teremos nos próximos trimestres.

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