A evolução do peso da população empregada na
população total ou na população ativa é frequentemente utilizada pelos
economistas para observar o comportamento do mercado de trabalho, numa
perspetiva complementar com a evolução da taxa de desemprego. E, o que é muito
frequente entre os economistas americanos, o rácio acima mencionado é calculado
para o escalão etário intermédio dos 25 aos 54 anos, que permite abstrair da
evolução das taxas de escolarização (que tem de ser atendida se integrarmos o
escalão dos 15 aos 24 anos) e das questões de reformas antecipadas (que contam
se contarmos com o escalão dos 55 aos 64 anos). O comportamento do rácio
permite observar se o mercado de trabalho recuperou a sua capacidade de
absorção revelada antes de fenómenos de crise recessiva ou se pelo contrário há
fatores estruturais a perturbar essa capacidade de absorção.
Trabalhámos nesse sentido a informação das
Estatísticas Trimestrais de Emprego de 2007 ao período mais recente (3º
trimestre de 2013). Como o INE não publica informação para o escalão dos 45 aos
54 anos, decidimos alargar o rácio ao escalão dos 15 aos 64 anos, ficando assim
prevenidos que os extremos do escalão (jovens e idosos) obrigam a algumas
cautelas, sobretudo do ponto de vista de integração do fenómeno das reformas
antecipadas que a sanha austeritária do governo tem vindo a acirrar.
O gráfico que abre este post e o seguinte analisam
o comportamento desde 2007 do peso da população empregada com 15 a 64 anos na
população correspondente desse escalão etário e na população ativa para o mesmo
escalão.
Os resultados falam por si para os dois rácios, com comportamento descendente
mais pronunciado para o caso da população ativa. De qualquer modo, a inversão
da queda observada ao longo do ano de 2013 está ainda muito longe de atingir os
valores dos respetivos rácios em 2007. O seu futuro comportamento dirá do teor
efetivo de retoma que teremos nos próximos trimestres.
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