Arranque de uma semana importante para os interesses portugueses na União Europeia. Primeiro nos próximos dois dias em Lisboa, onde a comissão de inquérito à conduta das Troikas nos países sob resgate criada pelo Comité dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu (ECON) inicia os seus trabalhos (que passarão também por Atenas, Dublin e Nicósia) com vista à apresentação de um relatório para ser politicamente negociado e posteriormente presente ao respetivo plenário.
De referir que aquele Comité é presidido pela eurodeputada Inglesa Sharon Bowles do grupo político liberal (ALDE) e tem como principais coordenadores o francês Jean-Paul Gauzès (PPE), a portuguesa Elisa Ferreira (PSE), a francesa Sylvie Goulard (ALDE), o alemão Jürgen Klute (GUE) e o alemão Sven GIegold (Verdes). De referir, ainda, que o dito Comité escolheu como corelatores para o vertente assunto o austríaco Othmar Karas (PPE) e o francês Liêm Hoang-Ngoc (PSE).
A partir de Quarta-Feira, e no âmbito do processo decisional comunitário, início dos trabalho do trílogo entre o ECON do Parlamento Europeu e a presidência do Conselho Europeu sobre a União Bancária (ver abaixo a infografia do “Financial Times”). Após as aprovações de dezembro do chamado “Relatório Ferreira” em plenário do Parlamento e de um acordo do Conselho bastante schäublianamente influenciado em torno de um mecanismo para liquidar ou resgatar bancos em risco de falência na Zona Euro – sublinhe-se que a maior divergência em presença foi descrita por Martin Schulz como tendo a ver com o caráter inaceitável de que o Parlamento perdesse as suas prerrogativas legislativas em favor de um mecanismo puramente intergovernamental – estarão à mesa os deputados mandatados para negociar pelo Parlamento, de um lado, e uma presidência em exercício (grega neste semestre) sob estrita vigilância germânica e dos países mais “interessados”, do outro.
Apesar de todas as manobras de diversão que por aí grassam pela calada, entre uma aflitiva incompetência disfarçada de amadorismo e muita má fé e pequenez política, dois temas impactantes e que exigiam outra seriedade…
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