Confesso-vos que me dividi por dentro, não sei se
pondo em conflito o meu hemisfério analítico e o meu outro sintético e
intuitivo, ao comentar com os meus botões o resultado da emissão de dívida a
cinco anos proporcionada pela descida dos yields da dívida pública soberana
periférica. O comportamento da procura, o facto de se ter conseguido uma taxa
ligeiramente abaixo da última ida ao mercado para maturidade semelhante e o
facto das necessidades de financiamento de 2014 estarem já cobertas a 40% não dá
para foguetes, mas proporciona algum fôlego.
Mas há aqui alguma coisa de intuitivo que me
incomoda e essa incomodidade resulta de não estar ainda visível a reversão da
trajetória da dívida. A incomodidade aumentou quando comparei a taxa conseguida
por Portugal de 4,657% da taxa hoje alcançada, para maturidade idêntica, pela
emissão espanhola (5.290 milhões de euros à taxa de 2,38%). Mas alguém imagina
que é sustentável o financiamento a 4,657%?
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