Aumento da esperança de vida, alteração da pirâmide de idades, envelhecimento populacional, advento de uma quarta idade, reforma antecipada, crise da segurança social, modelo social europeu – eis algumas expressões correntes associadas a um tema interdisciplinar, que cruza as ciências da vida com a medicina, a física com a química, a demografia com a sociologia, a economia com a política, e por aí fora. Um tema que já adquiriu um lugar de relevância central nas sociedades modernas – a ilustração “O estaleiro das reformas” de Sergey Tyunin em http://www.kommersant.ru é uma de muitas sugestivas formas que foram utilizadas para equacionar o problema e “live longer, work longer” (OCDE), “the end of retirement” e “how to manage an ageing work force” (“The Economist”) são alguns dos títulos mais apelativos que emergiram –, um tema que tenderá seguramente a confirmar-se como ponto de confluência de alguns dos principais desafios coletivos com que nos iremos inevitavelmente defrontar.
Deparei-me ontem, neste domínio, com uma pequena notícia que entendi justificar aqui uma igualmente pequena referência. De que se trata, então? De uma cimeira designada “O mercado de trabalho amanhã”, a realizar hoje entre países nórdicos e bálticos (com abertura ao Reino Unido), e que terá o primeiro-ministro sueco Fredrik Reinfeldt (caricatura acima de http://www.magixl.com) por anfitrião; quer isto dizer, ao que parece e mais uma vez, que a Suécia e os seus vizinhos continuam a assumir posições de liderança, no caso antecipando questões e sobre elas procurando refletir prospetivamente.
Reinfeldt evidenciou-o numa entrevista de lançamento ao “Dagens Nyheter”, nomeadamente nos termos dos seguintes sete tópicos muito dirigidos: (i) “Vivemos num mundo em mudança, em economías de livre concorrência, mas mantemos a nossa ambição de bem-estar. E para isso há que arrecadar impostos e manter fundos de pensões sólidos, que nos garantam uma pensão razoável.”; (ii) “é uma necessidade [trabalhar para além dos 65 anos] porque os fundos de pensões não se alimentam de magia. Devemos manter o nosso bem-estar baseado numa redistribuição dos fundos comuns como contribuição individual. Se há gente que pensa viver muito tempo e encurta a sua vida laboral, terá uma pensão menor”; (iii) estudos recentes sobre o mercado de trabalho nórdico indiciam que um em cada dois jovens que hoje nele entram viverá até aos 100 anos, pelo que “a vida laboral pode perfeitamente estender-se até aos 75 anos”; (iv) “a mudança de trabalho é uma boa opção e em geral devemos melhorar as condições para poder trabalhar mais tempo na velhice”; (v) “há que preparar os trabajadores para mudarem de ocupação quando uma atividade se torna muito pesada ou stressante”; (vi) “é muito importante entender que os jovens que hoje têm 30 anos não trabalharão até aos 75 no mesmo"; (vii) "Há que convencer também os empresários. Por agora, eles pensam que não é rentável contratar trabalhadores idosos pois tal lhes exige um seguro adicional. Outra coisa sería se o empresário tivesse a possibilidade de contratar alguém que, com 55 anos, lhe garanta outros 20 anos de vida laboral ativa”.
Concluo recorrendo a dois excelentes elementos auxiliares (clicar sobre as imagens abaixo, retiradas de http://graphic.is e http://www.un.org) no sentido de elucidar/relembrar onde estamos, de onde vimos e para onde vamos…
Sem comentários:
Enviar um comentário