quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

TRABALHAR ATÉ AOS 75?

Aumento da esperança de vida, alteração da pirâmide de idades, envelhecimento populacional, advento de uma quarta idade, reforma antecipada, crise da segurança social, modelo social europeu – eis algumas expressões correntes associadas a um tema interdisciplinar, que cruza as ciências da vida com a medicina, a física com a química, a demografia com a sociologia, a economia com a política, e por aí fora. Um tema que já adquiriu um lugar de relevância central nas sociedades modernas – a ilustração “O estaleiro das reformas” de Sergey Tyunin em http://www.kommersant.ru é uma de muitas sugestivas formas que foram utilizadas para equacionar o problema e “live longer, work longer” (OCDE), “the end of retirement” e “how to manage an ageing work force” (“The Economist”) são alguns dos títulos mais apelativos que emergiram –, um tema que tenderá seguramente a confirmar-se como ponto de confluência de alguns dos principais desafios coletivos com que nos iremos inevitavelmente defrontar.

Deparei-me ontem, neste domínio, com uma pequena notícia que entendi justificar aqui uma igualmente pequena referência. De que se trata, então? De uma cimeira designada “O mercado de trabalho amanhã”, a realizar hoje entre países nórdicos e bálticos (com abertura ao Reino Unido), e que terá o primeiro-ministro sueco Fredrik Reinfeldt (caricatura acima de
http://www.magixl.com) por anfitrião; quer isto dizer, ao que parece e mais uma vez, que a Suécia e os seus vizinhos continuam a assumir posições de liderança, no caso antecipando questões e sobre elas procurando refletir prospetivamente.

Reinfeldt evidenciou-o numa entrevista de lançamento ao “Dagens Nyheter”, nomeadamente nos termos dos seguintes sete tópicos muito dirigidos: (i) “Vivemos num mundo em mudança, em economías de livre concorrência, mas mantemos a nossa ambição de bem-estar. E para isso há que arrecadar impostos e manter fundos de pensões sólidos, que nos garantam uma pensão razoável.”; (ii) “é uma necessidade [trabalhar para além dos 65 anos] porque os fundos de pensões não se alimentam de magia. Devemos manter o nosso bem-estar baseado numa redistribuição dos fundos comuns como contribuição individual. Se há gente que pensa viver muito tempo e encurta a sua vida laboral, terá uma pensão menor”; (iii) estudos recentes sobre o mercado de trabalho nórdico indiciam que um em cada dois jovens que hoje nele entram viverá até aos 100 anos, pelo que “a vida laboral pode perfeitamente estender-se até aos 75 anos”; (iv) “a mudança de trabalho é uma boa opção e em geral devemos melhorar as condições para poder trabalhar mais tempo na velhice”; (v) “há que preparar os trabajadores para mudarem de ocupação quando uma atividade se torna muito pesada ou stressante”; (vi) “é muito importante entender que os jovens que hoje têm 30 anos não trabalharão até aos 75 no mesmo"; (vii) "Há que convencer também os empresários. Por agora, eles pensam que não é rentável contratar trabalhadores idosos pois tal lhes exige um seguro adicional. Outra coisa sería se o empresário tivesse a possibilidade de contratar alguém que, com 55 anos, lhe garanta outros 20 anos de vida laboral ativa”.

Concluo recorrendo a dois excelentes elementos auxiliares (clicar sobre as imagens abaixo, retiradas de
http://graphic.is e http://www.un.org) no sentido de elucidar/relembrar onde estamos, de onde vimos e para onde vamos…

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