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Ainda no Jornal de Negócios de hoje, uma
pequena notícia que vale a pena focar, que mostra bem a incomodidade crescente com
que os chamados “mercados” e as suas instituições de cobertura e cumplicidade
como são as agências de rating começam
a reagir às terapias da austeridade. Diria que se trata de um gradualismo que
creio ser a primeira vez aparecer em letra de forma, anunciando a meu ver a
referida incomodidade.
Reza assim a nota do Negócios, tendo por base
uma conferência de Moritz Kraemer, responsável pelos ratings de dívida soberana
para a Europa:
- “A Standard & Poor’s alerta que o risco real para a Zona Euro é se os países forçarem demais para implementarem medidas de austeridade, o que pode resultar em mal-estar económico e agitação social”;
- “O risco real é se os pressionarem muito”, afirmou durante uma conferência, citado pela Dow Jones, um dia depois da agência de notação financeira ter anunciado um corte de “rating” para a Grécia, colocando a dívida de Atenas num patamar de “incumprimento selectivo”
Teremos entrado numa nova era de discurso
sobre a austeridade como pretensa forma de acalmia dos mercados: pressionar
sim, mas não muito, por conseguinte uma nova ciência de aplicação da austeridade,
o gradualismo, não se sabe bem com que critério de aplicação. Imagina-se pela
notícia que aplicado em função da dimensão política dos impactos: “O risco de
ir por um caminho mais "populista" é maior porque os países tiveram
de implementar medidas de austeridade para tentarem corrigir as contas. E com
eleições à porta, há o risco de se tomarem medidas que vão contra as
necessidades atuais”. Ah! Afinal os mercados atuam sempre num dado ambiente político-institucional.
Há quem pretenda que não.
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